Se fosse possível você ouvir a minha voz, eu pediria para você fechar os olhos e tentar imaginar a situação seguinte, mas já que para sentir o que eu quero que você sinta você precisa usar os olhos para ler, então tente aguçar a criatividade mesmo estando com eles abertos.
Sinta-se deitado, sinta a claridade invadir seus olhos e note que já amanheceu e é hora de acordar, mas ainda deitado você programa o que tem para fazer: levantar-se logo para não se atrasar para o emprego, tomar um banho para espantar a preguiça, tomar um café-da-manhã reforçado porque a fome já está batendo forte, dar um beijo de bom-dia no esposo ou na esposa antes que este também saia, deixar os filhos no colégio e finalmente chegar ao emprego recebendo aquela bronca saudável do chefe.
Você olha para cima e vê telhas quebradas e, por um momento, deseja que não haja inverno, mas se arrepende instantaneamente porque é a chuva que faz sua plantação e sua esperança crescerem e você ter comida em casa. Então você decide que a solução é consertar você mesmo o telhado. E você vai. E você volta. E nota que já está na hora de dormir de novo, então deixa a tristeza lhe invadir porque lembra que consertar o telhado foi sua única tarefa do dia, e agora você vai dormir na mesma condição em que acordou de manhã.
Por Adriane Ponte Cisne
(Texto escrito em 27 de novembro de 2009, às 06:59 A.M., para a apresentação de um seminário de Sociologia em Enfermagem, curso anterior à Psicologia)
5 comentários:
De fazer sacudir na cadeira,
instigante.
eis a palavra!
Saudade de tu...
É... faz refletir. =/
Excelente texto!
removi sem querer aqui em cima +)
Depois de ler isso me vem a mente, se "O Pequeno Príncipe" é um extraterrestre pq não vive na terra ou por que é tão humano ?
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DIZ AÊ!!