É tão clichê dizer “eu amo minha mãe” no Dia das Mães que
chega banalmente a quase não ter um valor significativo. Expor esse amor por aí
corre o risco de ter o mesmo preço baixo, pelo menos aos olhos alheios. Mas quando
eu abro os meus e vejo a mulher mais forte na fragilidade própria dela todos os
dias me acordando e sorrindo feliz às 6h da manhã com a empolgação naturalmente
desapropriada para tal horário, sinto a admiração que nenhuma unidade de medida
conseguiria mensurar, e sinto culpa por não dizer todos os dias o quão
importante ela é para mim.
Então, na minha covardia, aproveito esse domingo já
entardecido pra dizer que eu amo a senhora, mãe... Todos os dias, desde 21 de
março de alguns anos atrás! E quando minhas orelhas ficam quentes e vermelhas
de tanto serem puxadas e a sua chinela visita minha retaguarda (metaforicamente
hoje em dia - =] ), ainda amo, porque sei que eu seria um lixo no mundo atual
se a senhora não tivesse se preocupado comigo. Sei que às vezes minhas desobediência
e arrogância se exagerem demais quando nós discutimos, mas entendo que a
senhora ainda só quer que meu mundo seja bom pra se viver.
É do tempo que eu reclamo por sermos roubadas uma da
outra quando tantas vezes passo correndo em casa sem olhar para os lados com a
pressa de só comer e tomar banho, mas fico tranquila porque sei que a senhora
está ao meu redor me esperando e me dando apoio de todas as formas para eu
conseguir chegar ao fim do dia da melhor maneira possível. É quando o mundo me
abre um pouco de espaço e me deixa sentar na mesa na hora do almoço com sobra
de tempo para gargalharmos toneladas de besteiras juntas e soluçarmos como
sobremesa coisas que só a gente entende que vejo esses dias perdidos fora de
casa se esconderem insignificantemente no pretérito. E é com prazer que burlo
vários dos meus afazeres diários só para estar em casa e viver tudo isso.
Mãe, mesmo sempre pedindo tanta coisa (principalmente por
fazer parte da População Economicamente Gastadeira), sei que só preciso
agradecer. Infelizmente nem todas as Zuleicas são iguais à senhora e nem todas
as mães são iguais à Zuleica da minha vida, e é por isso que cada detalhe vivido
na sua presença me faz pensar no quanto sou grata a Deus por ter feito da
senhora a minha mãe, e não outra mulher qualquer. Por isso,
desculpem-me os outros, mas a MELHOR MÃE DO MUNDO É MINHA!!
Adriane Ponte Cisne
13 de maio de 2012
(acho que a senhora tá online por aí, mas não suba agora
pro meu quarto, senão eu vou chorar mais ainda.)